domingo, 20 de março de 2011

O tempo

Ela deu conta que o tempo rasgava com furor aquele inverno,foi caminhando lenta,solitária, atravessou a imensa sala,vazia,oca,cinza. Parada na frente da lareira, ousou pegar o espelho umedecido,sujo, deparou com sua imagem enrugada, sua boca vermelha borrada,do resto de baton, um rouge no rosto apagado,  virou-se rápido...pensou. Quando chega a primavera?
O corpo cansado,jogado na velha poltrona, deu um grito horripilante de dor, cansada dormiu...o tempo rasgava com furor aquele inverno!
O caos se abate, de um certo tempo com insistência.Não há  mais janelas, lacrou, também se houvesse...ela não abriria. Porta destravada...que importa? Ela dá um passo em direção á rua, lá o movimento,as conversas nervosas, risos sem sentido, inverno...parcas flores no jardim, é tudo que restou.

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