quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

De um salto

 Na cama, a mulher observava, no canto de sua boca a umidade de gosto estranho, 
não tinha cheiro de sangue, mas podia ver... o vermelho, através do velho espelho manchado. 
Não fez um gesto, não gritou, não chorou, pegou a taça e entornou o resto do que sobrou.
Quem estava ali? 
Ah, isso já não importava, a grana esta sob o criado mudo, sujo imundo, cupinzado.
Levantou de um salto, passou o dedo na boca, molhado de saliva, apagou o sangue... a marca, o sangue...
 

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

O jornal

A noticia corria solta pela velha e antiga cidadezinha, terra de amizades profundas,
de amores escondidos, de pescarias, de mulheres confeiteiras, de crianças puras.
Terra de rio claro, de pedras lisas e perigosas, terra de fé.
Terra de risos, de mãos acolhedoras, de longevidade.
Terra de tempos bons e ruins...
O velho jornal era antigo, a manchete dizia claramente: Corram para igreja, os viajantes da cidade se aproximam, portam consigo  promessas.
 Mas, não se assustem os muros do lado de cá, são intransponíveis.
Em caso de dúvida venham rezar....
O jornal era antigo...  desses bem amarelados, o editor era um antigo morador,
de volta na cidade...o velho ria bem humorado!!!