segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

O Sol entrou

O sol entrou pela fresta da janela, beijando meu rosto de forma tão agradável.
Riscou de luz entrecortada a parede do meu quarto.
Fez desenhos convite vivo para celebrar a vida.
 E, eu fui...celebrar a vida....abri a janela!

Esquina

Engraçado, tudo acontece quando viro á esquina.
Partindo na explosão da vontade, a esquina eterna rebelde envia ruídos
Dói meu ouvido, em todo caso eu vou...por agora eu seguro!
 Eu reconheço os ruídos.

Eco

E, sempre ecoa o grito dele, dentro de todo meu ser.
Mas, não celo de vez, essa voz arrastada que procura em vão, me jogar fora da estrada
que tracei reta só para mim.
Navega para longe, fora da enseada voz do mar, agora morto já se faz!

domingo, 25 de maio de 2014

A outra

Fui ali rente as cortinas, olhei através da janela, teu carro lá embaixo, já não me esperava.
Entrou a outra, num vestido apertado, num salto tão alto.
Era bonita a vivente, pobre inocente.
Apaguei a luz, e observei .. depois chorei.
Tem no travesseiro, ainda o teu cheiro que se esvai lentamente.

Frio

Hoje deu frio.
Ontem também.
Amanhã não quero esse gelo...
Vou mudar para o estrangeiro, onde o Sol está rindo...
Tem gente dormindo, tem gente escondida.
Tem olhar morno, tem bolo.
Tem vinho, vermelho...


Ciclo

Vou andando, ora girando, dançando...
Mas, vou andando!
O tempo abre a boca, morde a minha fatia e vai passando...
Eu não noto todo dia.
 Ando correndo demais.
 Sorrindo demais.
Atrapalhada demais...
 Eu me confundo ás vezes... mais diz que é normal.


segunda-feira, 17 de março de 2014

Ilhadas

Mar azul... oceano .
Me faz um vivente
Cheio de planos
O navio atraca.
 Do porto, o vai vem dos marinheiros
As jovens moças, de vestidos sedutores, chegam cedo.
 Como gaivotas voando em bandos!
Eles os marinheiros descem faceiros... buscando o flerte.
No bar, em frente ao cais, elas entram em pares.
 A musica toca,o som  da velha máquina, vale um dolar
Eles dançam, entre um drink e outro... uma promessa, um longo beijo.
Noite longa e voraz.
Desejo!
Marcados pelos cheiros dos perfumes delas,
 Ao amanhecer eles, retornam.
Elas em bando, ficam no cais, e singelamente abanam.
As gaivotas sobrevoam a ilha... .

Queda livre

Eram tantas estratégias, que a  velha e louca mulher
Viu  que a fúria do vento, levou seu escrito, seu invento
Pela janela!
Desceu do alto do predio, chamou o cara e vomitou seu anseio!
 Determinou num ato translocado, sem temor
Eu pago, eu pago .
Pela estratégia emergente,
 O jovem estarrecido
Tapou seus ouvidos, e não ouviu o grito.
Minutos depois, um corpo passa raspando o vidro, em queda livre
Para o espanto...do jovem estarrecido!

Fora de cogitação

Tua mão erguida mostra atrevida a  força que tem.
Martela na mente os seguidos acidentes, percurso avesso,
 Tudo na contra- mão
 Perplexa, assisto os mergulhos...  
De que planeta a força vem, manchando de roxo, o velho corpo.
Misteriosa fonte, que não dorme.
Desmaia....
Por favor uma flor... com perfume
Ah,  e sem dor!

segunda-feira, 10 de março de 2014

De vidro

O lago ensolarado, redoma de vidro, carpas azuis, vermelhas, tartarugas antigas moradoras,
 O menino sorridente jogava na água, o pão amassado e ria, o outro menino ao seu lado,
 mexia  meio distante, o seu colorido cata-vento.
O sol ria.       
Lá dentro, enquanto sentada  te observava,
Tu registravas o momento através da   fotografia,  eu não cogitava postura...
 Tu sorria!
Dentro de mim estava tu, e dentro de ti estava eu... tal qual a fotografia.

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Desafio

Nem que tudo isso, tenha um preço caro de se pagar
Dou um jeito!
Pego o saco de moedas e me ponho a trocar
Troco por sorrisos, pela noite de amor
Troco pelas longas caminhadas,
Troco também pelas palavras,
Troco pelo desalinho do andar,
Troco pelo beijo molhado,
Troco pelo olhar,
Troco pela taça de vinho,
Troco e não troco só...
Quem troca .. experimenta!
Troco depois por poemas, quando a moeda acabar.

Na Ribalta

Chegara bem cedo, antes de todos.
Tomada de coragem subiu a escada e espionou.
O cara parecia um tigre, enquanto martelava o cenário.
Era forte, pele de bronze, ombros largos
Negros cabelos contornavam a rudeza bela de seu rosto,
Ela se distraiu... a escada quase caí, deu um grito e ele viu.
Sorriu!
Ela descaradamente começou a cantar...
As gargalhadas dos dois espalhou-se como trilha sonora do espetáculo
 Que já ia iniciar... dentro e fora de lá!

Dom

Dominante, não lasciva.
Dominante, não ofensiva.
Dominante... se escondia!

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Uma tarde!

A mais nova vai ao encontro da outra...um pouco mais velha.
Sentada na cadeira branca, embaixo da arvore acolhedora...ela espera.
A mais velha tão fragil...
Caminha...
Passos lerdos. 
No soutien, embaixo da cava blusa um nó.
Desata o nó arruma, quase grita a mais nova. Misto de sentimentos.
Foi pro ralo a mágoa!
Olha a árvore amarela lá fora, há tanta beleza nela...repete ela a mais velha!
Nó na garganta da outra, tão similar se faz a história.
Resgata a alma ferida... e vai embora!
Leva o choro contido, leva história de vida que se repete... fica mexido o sentido da vida!


Tu

E, quando vi tu sorria timidamente para mim.
Deste jeito
 Sem jeito
Jeito só teu...
E, eu sorria assim... assim para ti...
Sem jeito, do meu jeito!

Estranho....Ser!

Tempo num vácuo!
Vibra o sangue da mulher embebida no sonho.
Ah... jogo de sorte
 Ah... jogo de azar
Bacara!!!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Aroma

Amante ousada, bate na cara do seu cara, boca desenhada, cheiro de aroma barato.
Arrebatada, é levada por ele para alcova, 
Delirios....
Suas pernas se abrem, ele a penetra,
 Sua respiração é forte, e ele a beija. 
Desce os lábios pela nuca lisa, 
mãos que se entrelaçam,
 olhos se fixam,
 beijos que emudecem.
Suspiros....


A Neve e ela

Da província distante e fria, a mulher olha de sua janela, onde antes corria o lago azul,
 hoje é só neve branca.
Branca,  quase queima a retina ...
Branca como a fumaça que saí pela chaminé.
 Fogão arde em brasa viva, esquentando o café.
Olha rápido por toda extensão,  dirigi-se à cozinha  com jeito apressado, serve na caneca sem cor ,
 O negro café, quente, acolhedor!
Bem ali, quase perto da janela, a banheira de pés torneados.
Branca...a banheira branca, tudo num raio imenso é branco, os pinheiros parecem  desenhos... brancos.
 A lareira acessa.
 Vermelha...Crepitando.
 A chaleira  em suas mãos, ela  abre o casaco  que cobre o corpo nú.
Não há frio ali dentro, derrama a fervente água e delicadamente,  primeiro um pé, depois o outro,
 E  então mergulha o corpo por inteiro, seus cabelos fazem desenhos sob água.
A mulher agora canta, suas musicas antigas, doces lembranças.
Suas mãos leves ensaboam  seu corpo...
 Abre o frasco de seu perfume, e o derruba por inteiro... parece um ato de ira!
 Aconchega a cabeça, na parte retangular da banheira, estica a mão, pega o livro e começa a ler.
Devora...
 Feito felino,
Devora...
 Feito  inverno queimando as folhas,
Devora...
 Feito caçador, no abate da ave inocente que sobrevoa o céu.
Devora....
A ultima pagina.
Mergulha suspendendo a respiração.
Lá fora, tudo é branco, ainda é branco!