segunda-feira, 23 de abril de 2012

A Miséria

Farelos ao chão, dê aos câes...

 Eu não como restos, me causam refluxo!

Faz tempo,  que farelos caem da mesa como se fora misericórdia, permece ali. Eu não preciso disso para viver. Bebo água, e aguardo. Plantei tantas sementes, sementeira, sementeira. Dá os frutos, não depois me dê agora....

terça-feira, 17 de abril de 2012

Depressa, te apressa!

Diz depressa... diz que me quer.
Não deixes, que eu ande em circulos isso vai me cansar.
 Que medo é este, que trazes dentro de ti?
Se é  junto de mim, que teu riso, vira gargalhada.
 Se é comigo que te sentes forte.
 Se é em meu peito, que tua cabeça relaxa.
Se é sobre meu corpo, que teu corpo feliz se torna.
Se é o calor de meus lábios, que te faz suspirar.
Se é o meu silêncio, que escuta tuas queixas.
 Se é em meus braços que adormeces.
Que medo é esse...que te faz  ir embora?
Que medo é este que te faz sempre voltar.
Pense e pense rápido, antes que eu feche a porta, troque o segredo se nem mesmo notar!

sábado, 14 de abril de 2012

Nem na dor

Olha, eu  sou o teu inverso.
Friamente de ti discordo...
 Não há poesia, na saudade...
 Nem beleza na dor!
 Não te incomodes.
Pinte teu quadro de fruta cor.
Eu mantenho o que sou...não me agrada climas quentes, se é que me entendes.
Lá também brota flor, um tanto sem cor. Beleza fria?
Vivo dentro de ti, já notou?  

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Beijo de passarinho...beijo mel

 É mel o gosto de teu beijo.
Teu lábio repousa no meu. É, como se fosse um beija flor, depositando sereno, o néctar no cálice da flor.
Minha alma acolhe o leve toque, mesmo sabendo que é breve...
Há um jeito libertário, enquanto estiver ali...é!!!

Quase nada

Sou aquela, tenho a mania de viajar. Ando de lugar em lugar.
Tenho anseios, olha a mala....tem quase nada dentro dela.
Eu procuro, procuro e não acho, o que preencha o vácuo que há em mim.
Eu nem sei quem sou!  
Ah, não se importe, eu já nasci assim, sempre  procurando algo dentro de mim.

domingo, 8 de abril de 2012

Menina

Assim descalça, a chuva lava  minha alma. Eu menina, brincando na chuva, desfaço medos. Sinto frescor bater no rosto, nem importa, se estou sózinha!!!

Mar, nós

Amor, frenesi, mar tocando em ti... em mim.
Braços, que se enlançam na doce dança das ondas.
 Bocas que se encaixam, respirando uma para outra.
Noite, baile da lua, ternura doce euroria, meu bem como eu amo você!! 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

Pequena

Quando era pequena, eu pensei tantas coisas. Eu achava que tudo seria encanto, minha familia para sempre viveria.
Casaria num vestido branco aqueles de princesa, eu amaria.
Manteria meu diário, teria filhos sorridentes.
Viveria  assim para sempre...relampiou!!!

zommmm

Roda tão rápido a roda da vida, que quase nem noto a atrevida deixando marcas como se fosse  feridas, nos cantos dos olhos , na boca outrora soberba.
Tão desumana esta roda gira, que freneticamente de mim era tira, a cada dia, e todo dia, a capacidade de entender a mudança. 
Se ela andasse mais lenta...lenta.
Se a roda trancasse? No tempo parasse?
Vou trapacear, vou partir antes dela girar.   

  

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Dias livres

Vi teu olhar hoje cravado em mim. Te sabotei.
Fui embora e te deixei ali, parado. 
 Pensa que segunda é dia alforria?
Fica com todo teu tempo, teus dias livres, tardes e manhãs.
Já não me serve, tua agenda com dias e horas determindas.
Já não me atrae teu olhar, o  peso do teu corpo  sobre meu corpo...quer saber?
 Me cansa demais.
Eu não suportava tua saída sempre apressada, teu perfume sem nome, tua mão depois do sexo....se fazia caridosa.
Ora vá se danar!!!

terça-feira, 3 de abril de 2012

A mulher

A mulher que morava ao lado, vivia corroída pela aflição. 
A outra da casa vizinha, por anos observara a devastação causada pela solidão, desamor,  pancadas sofrida...pela mulher da casa ao lado.
Seus filhos iam e voltavam, o etílico corria solto, na casa da mulher do lado.
Gritos, pedidos inúteis de socorro.
 Ah, isso era tão desumano.
 Que rebentasse então o coração, que sangrasse pelos poros, talvez ela a mulher da casa ao lado, se libertasse.
O carrasco nunca enxerga a dor!!!
Um dia assim, pega de surpresa, viu a mulher da casa ao lado, frente a sua janela, entre olhares cúmplices, silenciosos, altamente audíveis.
Mas, que paradoxo...elas se entenderam.
 Entre as duas, nasceria o segredo.
 A gasolina, os pneus velhos, 
 era para não haver chances, nem de relance do erro acontecer.
A mulher da casa ao lado entrou, seguida  pela outra, deitou em sua cama cobertas de trapos. Deu-lhe a unica ordem de toda sua triste vida, sorrindo disse: Molhe tudo, ateie  fogo, livra-me.
Em seu rosto havia um sorriso de gratidão.
A outra, a que sempre observava, sem hesitação pôs fogo na dor. Labaredas altas,  ergueram-se, queimando a velha casa até o fim. Cabisbaixa, andando lenta, pegou  uma flor... e jogou sobre as cinzas que restaram, da  vida da mulher da casa do lado.
Acabou!!!