quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Calendário

E quando dei conta de mim, metade de meus cabelos branquearam, a temperança imperava, não tinha mais aquele olhar de criança. Eu, já não ouvia as risadas dos amigos de infância, perdi o tempo.
Tempo que me comeu por inteira, mascarado de maturidade, tapou com suas garras, sem medidas, meus lábios que sorriam feliz com a vida.
Disfarçando o calendário foi tocando a frente,testando minha timidez, me fez ver sem querer, que ousar já não era moda. Troquei os gibis, livros descompromissados, questionário dos namorados, pela agenda estupenda da tal vida equilibrada,adotei a calculadora, correria, aceitaçao, e ainda soquei  com gana, todos os sonhos, amores antigos, decotes indecorosos, fitas coloridas, velhos sapatos de salto agulha, um vidro pela metade, do meu perfume preferido chanel numero 5, já de mode.
Fechei o baú, joguei não sei bem em que gaveta, a chave da liberdade de ser quem sou.
Agora quando olho no espelho, vejo  no fundo dos meus olhos, o fantasma social que me tornei.
Não sou avestruz, digo baixinho, enquanto o chuveiro aguarda, o corpo cansado !!!

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