sábado, 9 de julho de 2011

Onde estão as asas?

Sentindo o perigo, ela correu assustada... embora seu pés não movessem um milímetro, o lugar era ali.  O  perigo era levar consigo a verdadeira história, sua vida... a imobilidade. Agora tinha certeza.
Poderia sair dali? Mas para onde? Como se livraria de si? Como acalmaria o balbuciar de milhares de vozes dentro de si? Milhares de perguntas sem respostas, que permaneceram no seu interior. Onde estão as asas? Os anjos possuem.
Sair em saltos? Pegar carona num pensamento alheio?
Ela precisava sair dali. Nem o ar...inércia total. Quis sentar-se,  movimentar-se como que esforço.
Sangrava ódio de si própria, sangrava em si.
Espelho opaco, máquina inútil, agulhas, linhas, botões, costurar a vida.  Retalhos de si,talvez um bom casaco lhe cobriria a vida que correra tão rápida.
Perdeu os sentidos...Ao fundo som de buzinas,vozes, canto, janelas abrindo-se, gente andando, a vida correndo, o cara do jazz o musico do metrô, continuara ali. Prestou-lhe a ultima homenagem, seu chapéu tilintou de moedas. Mas, como sempre...foi andando, para próxima parada!!!

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