Um barulho de chuva lá fora. O vento assobiando pelas árvores, e eu sentada nesta poltrona tão antiga ,observo a noite escura, a tempestade que se abate. Eu não digo que não tenho medo, porque neste exato momento eu me pego a pensar, viajo á lugares da minha vida, os quais eu preferia esquecer , mas não posso.
Tudo vêm quando... a tempestade vêm. Os carros passam, e eu aqui olhando.
A vidraça parece que chora, porque o vento toca toda água na janela, as gotas correm como choro, como o choro da minha alma... lá adiante vejo um ponto de luz.
Aqui há tanta escuridão, mal posso enxergar a casa em frente, onde eu vejo a familia reunida tão tranquila.
É, a tempestade sempre fez isso comigo, sempre me deixou muito triste. A tempestadade faz-me recordar, coisas que eu gostaria de esquecer. A tempestade sempre foi tão escura...tão escura.
Mesmo, que eu ficasse sentada á beira da lareira, mesmo que não estivesse olhando através desta vidraça,
mesmo que estivesse numa grande festa rodeada de milhares de pessoas, eu ainda estaria assim presa...presa.
Presa nos elos do passado, na névoa escura, porque a tempestadade me fez assim. Ela mexe comigo, com a minha solidão. Vou abrir esta porta, correr... pegar o primeiro trem, jogar-me dentro do vagão, descer no final da estação.
Vou sair da estrada da vida, vou de volta ao fim, talvez eu encontre o..inicio...o incio.
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