Na mala, foram meus vestidos, meus sapatos, meus lenços coloridos, levei revistas, fotografias envelhecidas, um perfume seco, levei a mentira, escondi no canto esquerdo bem abaixo do casaco de lã. Escondi a tua fotografia, entre uma parte e outra. Rumo ao meu delírio cruel levei o vídeo, onde poderia enlouquecer te ouvindo e vendo tua imagem, para sempre. Mas, estaria segura lá, a cada gemido de dor, a enfermeira me traria, um ou dois comprimidos, dormiria até o outro dia... e novamente, eu refaria, tudo exatamente igual.
Doença terrível esta, pensou a paciente da cama ao lado!!!
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