domingo, 31 de julho de 2011

Rato das sombras

O rato atento espionava, sempre nas sombras sutis dos bueiros
Seu faro raramente falhava. Durante o dia dormia, e mesmo assim funcionava o apetite voraz. Enquanto seus amigos do esgoto, desistiam, ele atacava as mesmas presas.Ele então engordava!!!
Mas, venho a tempestade, foi tão forte, que ele rolando tal qual uma bola, apareceu em outro hemisfério.
Mais atento que antes, nas sombras sutis dos bueiros, ele espionava .

Sou

Sou o hoje 
Sou o ontem 
Sou o futuro 
Sou abraço 
Sou aconchego 
Sou intensa 
Sou desamor 
Sou beija-flor 
Sou rosa com espinho
Sou beijo com carinho

Bolinhas

A menina sorridente sopravava bolinhas de sabão...coloridas eram elas, carregavam flores, das mais variadas matizes... rosas, gardênias, orquídeas, girasssois, ibiscos, onze horas, margaridas, flor de lotus, hortências, flor de laranjeira, copos de leite, lírios...calêndulas, bem me quer
Espalharam-se pelo mundo. 

domingo, 24 de julho de 2011

Uma vez

Desta vez ,somente desta vez deixa-me calar sua boca num beijo sincero, numa entrega doce.
Somente desta vez, afaga-me estando presente com tua alma, por vezes tão ausente.
Somente desta vez, diga-me verdades, diga que me ama....
Somente desta vez não troque a musica...não erre meu nome na hora do prazer, Somente desta vez me dê o melhor de ti!!!

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Meu Botequim

....o encontro comigo... aconteceu no botequim, o primeiro.
Jamais tinha entrado, num lugar assim, entrei assustada, algumas pessoas me observaram logo na entrada, outras com certeza nem notaram, jogavam cantavam, comiam uns pasteis estranhos , quero dizer, uma forma sem forma, mas sim eram pasteis.
Sentei, em um banco bem no fundo do botequim, um cara ao lado, tocava com destreza uma batucada na mesa, entre a mão com a cerveja,e a outra com seu cigarro, já meio apagado, ria semi desdentado, porque ele sabia, a musica batida era pura alegria, todos no botequim começavam a cantar.
Pensei de cara, amigos de todo dia....
Pedi uma cerveja preta...nunca fui muito de beber, mas confesso, minha boca salivou,bebi uma, duas perdi a conta.
Me percebi sentada na mesa ao lado , já sem o salto alto, batucando na mesa, do cara muito alegre...gente fina eu gritava....fiquei tão á vontade. Entravam pessoas que eu observava, e outras talvez...eu nem sei.O botequim encheu, o dono um cara alto, ele que fazia o tal pastel sem forma, me olhava...lançando um olhar sedutor.
Gostei, ah e como...gostei, nessa noite fiz amigos, ria muito, quando olhei para rua...amanhecera...busquei meus sapatos, paguei a conta, e ainda um tanto ébria, saí feliz daquele lugar. Antes de cruzar a porta, perguntei... Sexta tem mais? Cairão todos na risada, entendi assim logo de cara...simmm....
Voltando para casa, recuperando a razão, que era dura e feia, prometi a mim mesma. Vou voltar na sexta ao botequim!!!

terça-feira, 19 de julho de 2011

Normandia

Como poderia viver ali, fugira de Mont Saint-Michael, costa da Normandia, pelo medo da extrema  religiosidade....que mantinha longe, quem precisava entrar e orar!
Hoje patrimonio do mundo...outrora medo....

domingo, 17 de julho de 2011

Canoa furada

Existia uma canoa, ao lado do rio, não percebi que era furada...embarquei. Conforme o barco  navegava, muita água entrava, na vontade extrema, de salvar o barco, enchia a mão em concha, e devolvia ao rio...não sabia nadar. 
Mas, sabia boiar...pulei!!!

sábado, 16 de julho de 2011

Verbo

Conjugar o verbo perder por opçâo,é similar a nunca chegar a ser alguém....repetir os mesmos atos.
Assistir os outros irem, embriagando-se do engano. Mais, triste explicava a velha...de narinas inchadas, os jovens ouviam atentos, mas dentre eles, um alheio acenava, olhando atráves da janela, aos que perderam a jornada...juntara-se a eles.
A velha cansada...dirigiu-se a porta da sala, abrindo-a, lhe convidou a sair. Ela desistira...entregou-o a seu pai. O qual sem emoçâo alguma, enquanto sovina...sorria feliz.
Quanta economia...pensava a avarenta criatura!!!

domingo, 10 de julho de 2011

Prazer..

Quanto vale uma paixão,nunca niguém soube, quem vai pesar uma paixao.
Se a dor vai ser maior que o prazer...

De volta...

Um barulho de chuva lá fora. O vento assobiando pelas árvores, e eu sentada nesta poltrona  tão antiga ,observo a noite  escura, a tempestade que se abate. Eu não digo que não tenho medo, porque neste exato momento eu me pego a pensar, viajo á lugares da minha vida, os quais eu preferia esquecer , mas não posso.
Tudo vêm quando... a tempestade vêm. Os carros passam, e eu aqui olhando.
A vidraça parece que chora, porque o vento toca toda água na janela, as gotas correm como choro, como o  choro da minha alma... lá adiante vejo um ponto de luz.
Aqui há tanta escuridão, mal posso enxergar a casa em frente, onde eu vejo a familia  reunida tão tranquila.
É, a tempestade sempre fez isso comigo,  sempre me deixou muito triste.  A tempestadade  faz-me recordar, coisas que eu gostaria de esquecer. A tempestade sempre foi tão escura...tão escura.
Mesmo, que eu ficasse sentada á beira da lareira, mesmo que  não estivesse olhando através desta vidraça,
  mesmo que estivesse numa grande festa rodeada de milhares de pessoas,  eu ainda   estaria assim presa...presa.
Presa nos elos  do passado, na névoa escura, porque a tempestadade me fez assim. Ela mexe comigo, com a minha solidão. Vou abrir esta porta, correr... pegar o primeiro trem, jogar-me dentro do vagão, descer no final da estação.
Vou sair da estrada da vida, vou de volta ao fim, talvez eu encontre o..inicio...o incio.

Nem

Estas nuances na minha mente....
Ferem de morte meu raciocínio, tem momentos que eu penso quente...outros eu nem sinto...

Assim

O dia tem um desenho sem sentido. Apostam numa Mandala. Eu aposto na cor, está cinza, desses cinza... cor de nada. Creio que hoje estou cansada, cansada fico assim, procurando entender o vázio que acontece em mim...mas é só hoje.
É, que hoje estou cansada!!!

Secura

Não me chame ..não vês que estou estou chorando, tirei  folga da secura...presumindo que tudo é mentira, acordei assim. Nào me chames, não tentes me consolar, não diga palavra alguma.
Deixe que eu chore até o outro dia, não  abra as cortinas... Agora saia daqui, devagar por favor, não quero teu sapato fazendo barulho arrastado, não batas a porta.., não me acordes com os acordes....

sábado, 9 de julho de 2011

Não, não, não

Porque ter que calar meu pensamento, para me fazer agradar...não ....não e não! Sou única, não preciso agradar, digo o que sinto, depois eu o escuto...afinal todos sempre falam...mania esta de colher do raso os restos da palavras....

Onde estão as asas?

Sentindo o perigo, ela correu assustada... embora seu pés não movessem um milímetro, o lugar era ali.  O  perigo era levar consigo a verdadeira história, sua vida... a imobilidade. Agora tinha certeza.
Poderia sair dali? Mas para onde? Como se livraria de si? Como acalmaria o balbuciar de milhares de vozes dentro de si? Milhares de perguntas sem respostas, que permaneceram no seu interior. Onde estão as asas? Os anjos possuem.
Sair em saltos? Pegar carona num pensamento alheio?
Ela precisava sair dali. Nem o ar...inércia total. Quis sentar-se,  movimentar-se como que esforço.
Sangrava ódio de si própria, sangrava em si.
Espelho opaco, máquina inútil, agulhas, linhas, botões, costurar a vida.  Retalhos de si,talvez um bom casaco lhe cobriria a vida que correra tão rápida.
Perdeu os sentidos...Ao fundo som de buzinas,vozes, canto, janelas abrindo-se, gente andando, a vida correndo, o cara do jazz o musico do metrô, continuara ali. Prestou-lhe a ultima homenagem, seu chapéu tilintou de moedas. Mas, como sempre...foi andando, para próxima parada!!!

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Descorberta

Quando fechei meus olhos...é que realmente vi... assustei-me!!!
Passado o estado de torpor, sorri. Totalmente embriagada na descoberta. Vi cores, estados de humores, vi risos desconexos, frases perdidas, vi a mala vazia, a tenda antiga, o preto e o branco, o oito e oitenta, o sim e o não...

 

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Ora chorava...ora ria

 

por Angela Aita, sábado, 2 de julho de 2011 às 22:36
Entoando suas musicas, ela ia vencendo dia a dia, as suas expectativas.
 Ora chorava, ora ria, pois tornou-se como se fora uma louca... o relógio que ficava sobre a mesa, a todo momento sofria um golpe, desses leves. Afinal, um toque mais forte, e o pobre desmontaria.
Já não havia tanta paciência, no seu olhar.
Os ponteiros não andavam...a noite longa tinha mais tempo que o permitido.
Ah, tempo da noite!
E, o dia parecia não andar, a culpa era do relógio.
 Decidiu.
 Deu um pulo, pegou algum dinheiro, atravessou a rua, a loja, a loja ...
entre os corredores, por um ou outro vão, seus olhos percorriam ávidos os relógios, encontrou um enorme ...vermelho, aqueles antigos, o qual dar corda era um ato rápido, era a certeza que o tempo existia...ela precisava de um despertador....Agora!!!

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ar..

 Amar é ar, brisa suave, olhar de cumplicidade, aconchego do colo,sangue pulsando, desejo ardendo, grito, silêncio, amizade. Mentes que se fundem, vozes que se confundem, navio na deriva, bussola de sul a norte. Dedos que se entrelaçam, abraço mais forte, lábios que se tocam...amar é duo!!!!